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Entrevista com Lorena Silva

Foto do escritor: bibliotecadajordanabibliotecadajordana

1- Na sua opinião o que significa ser um/a/e escritor/a/e?


Ser escritora é escrever o que te transborda. Transformar tudo aquilo que seria indizível em palavras, o que por si só já é uma espécie de magia. É também contar histórias que ajudam a construir a sua própria, é verbalizar o que te fascina e também o que te inquieta - e através do processo, ir encontrando as formas de lidar, entender, aprender. Considero a escrita um caminho de amadurecimento e constantes descobertas. Me mantém viva.


2- Quando começou a escrever?


A escrita começou para mim como um desabafo, pois tinha o costume de manter diários escritos à mão. Tenho todos até hoje, escrevi dos 13 aos 19 anos neles todos os dias. Foi com esse hábito que descobri que essa era minha forma de expressão, era como uma terapia, mesmo. O amor pela leitura de ficção conjugado a essas primeiras expressões de escrita me fez gostar de contar histórias, porque primeiro eu estava escrevendo e registrando a minha própria, literalmente. E então, minha ficção ficou com essa marca psicológica muito forte, que é a característica principal do que eu escrevo.


3- Como é seu processo de criação? Como é a sua rotina e quanto tempo leva em média para terminar um livro?


Essa pergunta é difícil de responder. Varia muito. Depende do que estou trabalhando no momento, a complexidade de cada história, o fluxo de criatividade que venho tendo… De uma forma geral, como escrevo ficção em prosa, eu procuro sempre anotar tudo que me vem à mente e depois ir organizando no formato da história. Para isso, eu sempre tento ter uma ideia geral do caminho que a história vai tomar, sempre tenho um “esqueleto” inicial dos pontos principais dela. Então, parto para personagens, que é meu forte, e sempre tenho arquivos e mais arquivos só sobre eles. Gosto de conhecê-los muito bem antes de pedir permissão para contar suas histórias.


Para alimentar a criatividade, eu estou sempre consumindo algum tipo de arte, desde a música até o teatro, estou sempre em contato com obras diversas, universos diferentes, enfim, me cerco de tudo que alimenta minha imaginação, reflexão e paixão. Na hora de escrever, prefiro escrever à noite, e em silêncio absoluto, pois minha mente fica muito barulhenta.


Dando como exemplo meu primeiro livro, La Lune, que é um romance denso e o primeiro de uma série de três, só essa história foram dois anos até sair o primeiro manuscrito. Depois disso, foram mais dois anos só polindo, refinando, revisando… E mais três anos para elaborar uma segunda edição desse mesmo livro. No caso desse tipo de obra, acaba levando bastante tempo, mas eu considero isso parte do processo e é muito importante, porque a escrita tem um tempo de maturação, também. Considero importante dar esse tempo para que ela vá se firmando e ganhando o “corpo” que precisa para enfrentar o mundo.


4- Conte pra gente:


Um livro nacional preferido: "Sentimento do Mundo" de Carlos Drummond de Andrade. Acabo sempre revisitando-o de vez em quando.


Um autor nacional preferido: Hilda Hilst, uma mulher gigante que me ensina muito.


Um livro nacional que indica: "Recorte!" de Talita Guimarães, uma coletânea de textos que dão alento e conforto nos dias mais sombrios.


Um autor nacional que faria parceria: Jambelfort ou Talita Guimarães, autores maranhenses que admiro e que estão muito em sincronia com a minha forma de pensar.


5- Quais foram as mudanças na sua vida depois que começou a escrever?


Acredito que, em primeiro lugar, autoconhecimento. Aprendo muito sobre mim mesma e como minha mente funciona ao escrever. Depois, meu olhar sobre o mundo, que ficou mais observador, atento aos detalhes e minúcias de pessoas, lugares, situações… O hábito da escrita educou muito meu olhar e entendimento das coisas.


6- Um livro que marcou sua vida?


Não consigo nomear apenas um. Tudo que eu leio é uma parte importante de mim, sempre fica uma impressão marcante, boa ou até mesmo ruim. Aprendo com todas.


7- Autor/a/e que teria vontade de conhecer pessoalmente?


Eu sou muito, muito, muito fã do autor britânico Neil Gaiman. Ele é atualmente meu autor preferido, se eu pudesse escolher um para conversar tomando um chá, seria ele.


8- Quais suas obras publicadas?


“La Lune” e “Le Soleil” os dois primeiros volumes de uma trilogia de romance intitulada "O Que Não Se Pode Esconder". Narra a trajetória de Seraphine, que vai passar por uma jornada de descobertas e decepções para chegar à sua própria verdade. Atualmente, estão disponíveis no site da Amazon em formato digital.


Obrigada pela maravilhosa entrevista, desejo-lhe muito sucesso!

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1 comentario


Lorena Silva
Lorena Silva
08 feb 2022

Obrigada pela oportunidade e por dar espaço a tantos autores incríveis! Conheçam meu site com meus trabalhos e meu blog pessoal lorenasilva.com e meu instagram @autoralorenasilva! Seguimos juntes! 😍

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